No Vale do Taquari, a rotina é de muito trabalho para recuperar o que sobrou
23/05/2024
A ajuda humanitária de todo o país chega a cidades pequenas do Vale do Taquari, mas o acesso é difícil. A ajuda humanitária de todo o país chega a cidades pequenas do Vale do Taquari, mas o acesso é difícil.
“Aqui na serra, tem que ir bem devagarinho, porque é complicado. Mas fazer o quê? Cada um fazendo a sua parte nós vamos se ajudar”, diz um morador.
As ruas de Roca Sales são agora a única ligação viável entre a parte baixa e a parte alta do Vale do Taquari. No congestionamento, caminhões, máquinas e muitos voluntários.
“De Santa Catarina teve bastante gente. De muitos lugares até. Eles estão ajudando o pessoal a lavar casa, lavar rua, puxando mudança para o pessoal, tirando as casas. Toda mão que eles dão é muito bem-vinda”, afirma Paulo Dias, morador de Roca Sales.
De lá, a ajuda segue para outras cidades da região, como Muçum. No município de quase 5 mil habitantes, a rotina de limpeza não para. A dona de casa Marilaine Silva dos Santos trabalha com esperança.
No Vale do Taquari, a rotina é de muito trabalho para recuperar os danos
Jornal Nacional/ Reprodução
Repórter: Por que a senhora está fazendo primeiro o jardim?
“Para deixar limpo a frente, porque a gente tem que pintar dentro de casa, e está tudo cheio de água, umidade. Tem que esperar secar”, diz Marilaine.
O vizinho, o aposentado Euclides Pereira dos Santos, voltou para o que restou da casa dele há quatro dias.
“É difícil, porque a gente já tinha pouco e o pouco que tinha foi embora”, lamenta.
Mas em meio a tantas perdas, ele encontrou o Chicão. O cachorro foi arrastado pela enchente e ficou três dias ilhado no telhado da casa do Euclides. Um adotou o outro.
O Chicão fica só cercando. Aonde Euclides vai, ele quer ir atrás. Mas ele não deixa ninguém chegar perto. A não ser o Euclides e a esposa, que resgataram ele durante a enchente. Ele ainda está com instinto muito protetor de Euclides, que acolheu ele e, ao mesmo tempo, um pouco arredio com outras pessoas.
“Não me largou mais, o cachorrinho. Até hoje está desse jeito, assim, e vem para brincar comigo. Aonde eu vou, ele quer ir junto”, diz Euclides.
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